Genocídio com aroma de rosas…

“Are you, are you
Coming to the tree
Where they strung up a man they say murdered three?
Strange things did happen here
No stranger would it seem
If we met up at midnight in the hanging tree.” The Hanging Tree

Hoje vou trazer uma resenha enorme! A trilogia Jogos Vorazes da autora Suzanne Collins (um YA que me surpreendeu!). O trecho acima é de uma música que faz parte da história do livro e eu gosto muito, na tradução ficou como “Árvore-Forca”. Agora, vamos lá!

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AVISO: VOU FALAR DE TODOS OS LIVROS, ENTÃO É INEVITÁVEL SOLTAR ALGUM SPOILER, MAS PROMETO NÃO REVELAR TUDO, SÓ O QUE É IMPOSSÍVEL NÃO MENCIONAR! 

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O mundo como conhecemos não existe mais! Tudo que restou foi um lugar chamado Panem dividida em 12 distritos e controlada pela Capital (lugar com fortes influências da Lady Gaga). Cada distrito fica responsável por produzir alguma coisa para a capital – o distrito 12, por exemplo, produz carvão. Todo ano um garoto e uma garota de cada distrito são selecionados para participar dos Jogos Vorazes (um reality onde jovens lutam até a morte). O reality show foi criado após um evento conhecido como Dias Escuros e foi o meio encontrado para controlar as pessoas e mostrar o que acontece com aqueles que se voltam contra a poder da Capital.

Katniss vive no distrito 12 junto com sua mãe e a irmã mais nova e após a morte de seu pai, ela assumiu o papel de colocar comida na mesa e junto com o seu melhor amigo Gale, eles caçam – ilegalmente – e trocam um pouco do que apanham no Prego (algo como um mercado negro) por produtos que necessitam. Sendo o distrito mais pobre, todos vivem na miséria e ainda há o trabalho perigoso nas minas de carvão (local onde o pai de Katniss morreu após uma explosão).

ImagemKatniss e Gale interpretados por Jennifer Lawrence e Liam Hemsworth em Jogos Vorazes (2012)

Quando as crianças completam 13 anos, precisam colocar o seu nome para a seleção dos Jogos Vorazes e o governo também oferece uma quantia de grãos para aqueles que colocarem os seus nomes mais de uma vez. Nesse ano é a vez de Prim, irmã de Katniss. Em um momento de azar, durante a escolha dos “tributos” (título irônico, não é?) o seu nome é chamado e durante o desespero, Katniss se oferece para ir no lugar.

É assim que a Srta. Everdeen se torna um tributo ao lado de um menino padeiro que ela mal conhecia chamado Peeta Mellark (E um dos nomes mais esquisitos para se pronunciar, he-he – Pira ou algo assim, gosto de falar Pita mesmo!).

ImagemJennifer Lawrence que interpreta Katniss, Liam Hemsworth que interpreta Gale e Josh Hutherson que interpreta Peeta

Chegando na capital, ambos percebem que são apenas bonecos em um joguinho sádico que todo o povo alienado tem adoração. São banhados, arrumados, penteados e expostos para a multidão. Com a ajuda de Haymitch o seu instrutor – um alcóolatra do distrito 12 que de alguma forma ganhou uma das edições dos Jogos Vorazes – eles precisam traçar um plano para conseguir patrocinadores, que são essenciais para quem quer durar um pouco mais dentro da arena, já que quando eles escolhem alguém, mandam comida ou remédio. A tática escolhida é fingir que são perdidamente apaixonados um pelo outro, ganhando a fama de amantes desafortunados. Katniss não é uma boa atriz, mas o carisma e a eloquência de Peeta acaba conquistando o público (isso e as suas roupas que pegam fogo, literalmente!).

E então os dois entram na arena e percebem o quão violento é estar ali dentro, como ratos em uma gaiola e um público lá fora desejando vê-los devorarem uns aos outros.

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Acaba por aqui tudo que eu precisava dizer sobre o 1º livro da série, se não leu os outros ainda, alerto para não seguir em frente!

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Katniss e Peeta sobreviveram aos Jogos Vorazes após a tramoia com as amoras envenenadas e se tornaram a única dupla a ganhar os jogos. Ambos continuam vivendo no distrito 12, só que agora ocupam uma área destinada aos campeões; eles tem uma casa confortável e comida à vontade. Estão finalmente em paz? Errado!

Um dia, Katniss recebe a visita do temível presidente Snow e fica sabendo que a sua atitude nos jogos, mesmo sem a intenção, acabou acendendo uma faísca sobre o povo que começava a se revoltar contra o governo. Então, Katniss precisa convencer não só as pessoas, mas o próprio presidente, que tudo que fez foi por causa do amor que sentira por Peeta. Caso não fosse convencido, haveria consequências e sua família, assim como todos que ama correrão riscos.

Não é o único problema que está prestes a enfrentar. Logo descobre que o distrito está cheio de pacificadores e o primeiro castigado é o seu amigo Gale, após ser pego caçando ilegalmente, sendo punido em praça pública à base de chicotadas.

Como a Srta. Suzanne Collins é uma pessoa de bom coração, Katniss também descobre que haverá uma edição comemorativa dos Jogos Vorazes chamada de Quaterquell (Massacre Quartenário em PT) e que serão sorteados apenas os vitoriosos dos jogos anteriores. Ou seja, ela está ferrada!

“Quando você estiver na arena, lembre-se de quem é seu verdadeiro inimigo.” – Haymitch.

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E aqui acaba tudo que eu tinha que dizer sobre o 2º livro, então, caso não tenha lido o 3º livro da série, não siga em frente!

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O distrito 12 não existe mais! :O

Calma, calma. Vamos recapitular um pouco. No fim do livro anterior, Katniss com a ajuda de alguns dos outros campeões explodiram a arena. Ela se salvou, ao lado de Finnick (o carinha do cubo de açúcar e derrubador de calcinhas alheias xD) e Beetee (super geek) – tenho certeza que estou esquecendo de alguém, caso vocês se lembrem, avisem nos comentários!

Quando é apanhada pelo Aerodeslizador e tem seus ferimentos cuidados, ela descobre então que o seu distrito foi destruído, mas sua família está a salvo no distrito que todos achavam que estava extinto: o 13. Além disso, Katniss fica sabendo que Peeta foi levado como prisioneiro da capitão junto com os outros participantes do Massacre Quartenário.

O distrito 13 é subterrânea e a sua própria maneira, é tão controlador quanto a capital. Todos precisam seguir o cronograma exato do dia, comer apenas a porção que lhe é entregue e obedecer rigidamente.

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A revolução está em chamas (entendeu, o trocadilho? Ah, deixa pra lá!) e os rebeldes tem como símbolo o Katniss, que é apelidada de O Tordo – papel que ela aceitou com algumas exigências. Segue-se assim a missão de derrubar a capital, invadindo o seu sistema e colocando imagens da sua revolucionária e convencer aqueles que ainda estão do lado do Presidente Snow de que estão cometendo um erro.

***

E aqui acaba o meu resumo dos três livros. A seguir, darei a minha opinião geral sobre a trilogia.

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Confesso que inicialmente, não colocava fé na história, a tratando apenas como mais um livro adolescente, além de ter problemas com a narração no presente. Só que, quando comecei a ler, acabei notando que havia mais profundidade no mundo criado por Collins do que eu imaginava. Há pontos fracos? Sim, tenho que dizer que o triângulo amoroso me irritou várias vezes, mas creio que é apenas pelo fato de eu não gostar desse tipo de assunto. O segundo livro – “Em Chamas” – foi o meu favorito. História ágil, repleta de reviravoltas e digo mais, a genialidade dessa mulher na hora de planejar a arena foi coisa de outro mundo. Já o terceiro livro, achei o mais oscilante dos três, quando a história começava a se agitar, ficava monótona novamente – empolgando só depois de mais da metade do livro.

Quanto ao final – o polêmico final, odiado por uns, amado por outros – me deixou satisfeito. Condiz com todos os acontecimentos e foi realista. Alguém que presenciou o que Katniss viu, obviamente, não iria apenas seguir em frente. O seu estado é perfeitamente normal, um final agridoce, ela ficou com a pessoa que gostava, constituiu família, mas as cicatrizes da brutalidade colocada como entretenimento, ficaria marcado em ambos para sempre.

Então, indico Jogos Vorazes. Boas críticas e uma boa história regada a alguns fatos que nos deixa boquiabertos.

E encerramos com o meu trecho favorito:

“[…] o pensamento em prol do coletivo normalmente possui vida curta. Somos seres volúveis e idiotas com uma péssima capacidade para lembrar das coisas e com uma enorme volúpia pela autodestruição” – Plutarch.

Publicado por

Bruno M. S. Goes

Professor. Quase formado em Letras (falta apenas 1 semestre). Músico. Leitor voraz e um amante das artes como um todo. Descobri a paixão por literatura aos 14 anos de idade e desde então, não parei mais. Tenho esse blog desde 2013, mas passei longos períodos sem postar nada e estou tentando retomar aos poucos. Sou um aspirante a escritor e gosto de ler de tudo um pouco; romances, poesia, crônicas, bula de remédio e até os folhetinhos que me entregam na rua. :P Nesse blog eu compartilho um pouco o meu amor por literatura, música e cinema.

2 comentários em “Genocídio com aroma de rosas…”

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